O apito que não sustenta!

março 1, 2022
Esquerda para direita: Agenor dos Santos,Alan George, Lourivaldo filho e Carequinha

Ao contrário de um árbitro da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), que ganha para apitar uma partida pela série A em média R$3.780,00, árbitros que apitam no futebol amador da região conseguem tirar mensalmente entre R$1.500 a R$2.000, trabalhando aos sábados e domingos costumam apitar até seis jogos.Todos trabalham em outras profissões durante a semana, somente o apito não dá para sustentar a família. Além de não terem a segurança, policiamento e a estrutura adequada que um profissional costuma ter, eles tem que ter jogo de cintura para lidar com torcedores, jogadores e diretores, que muitas vezes não aceitam a derrota.

Casado, pai de dois filhos, Alan George da Silva, 41 anos é motorista durante a semana, formado em Educação Física, contou que começou a apitar há seis anos, durante a pandemia não havia jogos ” Foi difícil fez muito falta, mais eu me virei e comecei a trabalhar como entregador a noite e nos fins de semana como motorista de aplicativos e entrega de comidas”. Segundo ele as dificuldades existem dentro e fora do campo, quando faz o que gosta tudo acaba bem.

Agenor dos Santos, 32 anos, casado, cinco filhos, na semana trabalha como Ajudante Geral, aprendeu apitar brincando, apitando treinos em sua cidade, Cruzeiro (Minas Gerais), onde morava. Conta que quando veio morar em Mauá havia deixado de lado a arbitragem, o convite para apitar surgiu através de um amigo, quando resolveu retornar às quatro linhas .

Conta que duas coisas incomodam, uma delas é deixar de curtir sua família para garantir a renda extra aos fins de semana. A outra é a segurança nos campos. Há um tempo atrás amigos dele foram agredidos, mas tem que levar o Alimento para o prato.” Pra mim apitar é um hobby, gosto muito”, confessou Agenor.

Outra função tão importante quanto a arbitragem , é o mesário, responsável pela conferência da escalações das equipes, para que nenhum time escale jogadores irregulares. Sem ele as equipes não entram em campo.

Reginaldo Jandre, casado,53 anos, tem cinco filhas e uma neta, é mesário há 10 anos, durante a semana trabalha como Gerente de Produção, Aos sábados costuma fazer até cinco jogos, aos domingos três.

Antes de ser mesário, foi jogador de futebol, mas não tinha intimidade com a bola, depois foi apitar, também não sentiu confiança, até decidir ser mesário, onde se agradou.

Conta que durante a pandemia, pelo fato de ter comorbidade ficou dois anos parado, não passou apertado por causa da sua profissão, mas alguns amigos passaram Apuros.

Ele acha que devido a estrutura de alguns campos a segurança é precária. Santo André com os campos sintéticos vai melhorar bastante. “A nossa maior segurança é Deus, em seguida são algumas pessoas que tem consciência e nos respeitam “, finalizou carequinha”.

Texto e foto: Mauricio Silva